MOSAICO TRÔPEGO

MOSAICO TRÔPEGO
PALHAÇOS - PIERRÔS - FUNÂMBULOS

29 maio, 2009

Inesperada gael.

Embevecido pela descrença
de ver brotar uma nova plantinha
naquela terra árida e sem chuva,
o sertão de meu coração
agora sente o cheiro do dilúvio
distante e inequívoco.

E é uma tulipa vermelha
a germinar nesta vastidão.
Não tem os espinhos das rosas
mas imensidão de rochas,
se dificultam, ou milagre assemelha,
é impossível mensurar em vão.

Alugam os ouvidos dos mestres
artesãos do tempo, sim, os profetas
das caatingas profundas.
Advinhadores da colheita e 
colhedores dos cantos dos sabiás
que habitam a bio-diversidade da minha alma.

Ambos cantam meus poros,
insanam as impossibilidades
da discórdia racional-positiva...
A semente cai, rola entre a fresta
repartida do solo seco,
germina com a brisa do vento q traz a água
e acaba por dar vida
àquela tulipa:

dos cabelos vermelhos 
ao semblante lívido
das texturas delicadas
ao temperamento raro.

floresce uma inesperada gael:
tênue floema, perene rochasa.


- O Funâmbulo Trôpego -

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